quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Autobiografia de Magnus Corrêa e Casto - Parte III

REQUER AS DAUS PARTES ANTERIORES.

Preparo algo para comer enquanto vou bebendo um pouco de wisky. Perto das oito da noite a comida esta pronta. Começo a comer bebendo um vinho e termino de comer com um copo de cachaça. Alguém uma vez me disse pra não misturar muito. Meu telefone toca. Mariana. Fico pensando o que leva uma mulher a ligar pra um bêbado e chamá-lo pra sair. Um lual. Fico um pouco empolgado com a idéia de ir a um lual com uma bela mulher. Ainda não consigo negar o convite de um belo sorriso. Arrumo-me rapidamente. Pego duas garrafas de não sei o quê e vou ao encontro dela.
A pego em casa e seguimos conversando até o lual. Vamos conversando sobre a vida e percebo como ela é apaixonante. Horas mais tarde estamos nos beijando. Ela tinha um beijo mágico. Que boca. Começamos uma espécie de namoro uma semana depois. Ela inspirou alguns versos. Rendeu um livro que dei o nome de Mari. Dediquei a ela. Ela foi uma das pessoas que me deram força pra diminuir a quantidade de álcool que eu ingeria.
Passamos meio ano juntos. Diminui pela metade a bebida e os cigarros. Quando acabamos eu era praticamente um poeta sóbrio e não fumante. Dois dias depois eu já tinha voltado com força total. Fazia muito tempo que não bebia tanto e não acendia tantos cigarros. Embriaguei-me das dez da manhã as dez da noite. Acordei no hospital. “onde esta meus cigarros e minha garrafa” foi a primeira coisa que eu disse, antes de desmaiar novamente.
Meu pai desejava fazer Direito, não conseguiu. Fui a vitima de seus desejos mais íntimos. Formei-me em Direito aos vinte e cinco anos. Aos vinte e sete eu terminei meu mestrado. Aos trinta eu era doutor. Grande advogado eu fui. Nenhuma grande causa. Meu nome sempre estava nas merdas dos jornais. A poesia me fez famoso cedo. Levei o direito mais como uma espécie de hobby. Um dia antes da morte dos meus pais eu tornei-me doutor. Já era basicamente um alcoólatra. Como disse depois da morte deles me tornei um.
Quando eu tinha uns treze anos conheci Carmem. Minha paixão da vida toda. Eventualmente eu estava me lamentando por não tê-la. Lembro do dia que a conheci. Não lembro do dia que conheci quase ninguém. Lembro perfeitamente o dia que a conheci. Mesmo agora depois de anos e anos. Na época eu estava iniciando com a poesia. Com a boa leitura e com o álcool. Fui muito precoce. Aos quinze a vi partir da minha vida. Ela reapareceu alguns anos depois e meu coração ainda batia por ela.

2 comentários:

Anônimo disse...

adorei...
blog devidamente adicionado, prometo vir aqui mais vezes.
ver como anda o teu ensaio...

adorei o texto e os versos...
nem se fala.

amei

Anônimo disse...

so reforçando: eu odeio amores de infancia, eternos, magicos ou qualquer coisa que o valha!

detestoooooo