terça-feira, novembro 08, 2005

Autodegredo póstumo.

Autodegredo póstumo.
Um causo de morte.

Toc-toc. Alguém bate a porta. Toc-toc. Fico esparramado no sofá pensando se esse alguém vai demorar. Toc-toc. Pessoa insistente; penso. Toc-toc. Finalmente com um esforço sobre humano eu me levanto. Estava no máximo a 2 metros da porta, mas foi uma eternidade chegar até lá.
- Quem é? Pergunto
Não escuto resposta alguma. Penso em voltar a meu sofá. Resolvo olhar pelo olho mágico. Meus olhos enxergam uma linda mulher. Cabelos pretos como o ébano. Pela branca chegando a ser pálida. Olhos de um verde que chega a lembrar uma floresta. Abri a porta velozmente e continuei a contemplá-la. Seus pés eram pequeninos e majestosamente bem feitos. As mãos carregavam uma foice negra que contrastava com suas lindas mãos. Ela sorriu e pediu para entrar.
- Posso entrar?
Tinha uma voz melodiosa, poética. Fiquei a imaginar como não há tivera criado ainda similar beleza em meus versos.
- entre, por favor. Falei com um sorriso bobo no rosto.
Ela tinha um caminhar majestoso, rítmico. Não pude parar de olhá-la. Tentei desviar os olhos de sua bunda, mas ela era do corpo, junto com os seios e os olhos, as partes mais belas. Ela me indagou.
- Senhor Corrêa e Casto?
- Sim, Magnus Corrêa e Casto. Respondi.
- Vim levar-te. Continuou ela, agora virando e me olhando nos olhos.
- és a... Nem terminei minha pergunta e ela já continuou.
- Sim, sou eu. A ceifador. E me sorriu novamente.
Foi o sorriso mais belo que já vi. Era doce. Era sereno. Ironicamente cheio de vida.
- Permita-me esboçar um último pensamento. Pedi.
- Fique a vontade. Ela me respondeu.
Senti uma forte dor no peito. Fui até minha mesa peguei meu lápis e uma folha de papel.
“Autodegredo póstumo

Versos melancólicos e malditos
Formam minha obra e a mim
E agora que chego ao fim
Chegaram também meus escritos.”
A dor foi tomando conta cada vez mais meu corpo. Larguei o lápis e a olhei no olho. Ela me deu um último sorriso e caminhou para fora. Bateu a porta. Fechei meus olhos para não abrir mais.

Thyago C Correia

3 comentários:

Anônimo disse...

:**** desculpa çayzinho querido do coração!
to sem tempo msm... nem pra respirar direito! to com projetos ateeeeeeeee dizer basta e pra vc v... a facul tá em greve!

imagina se nao tivesse... tava so os restinhos de Li pelos cantos! hahaha

bjoooos.. espero poder te dá mais atenção na proxima vez q nos encontrar!
e li seus contos... maravilhosos! Estao bem 'Thyago'! ;]
:******************
Li

Anônimo disse...

o scrap nao foi... aproveitei e li seus contos e deixei o recadinho aki

xeru

Anônimo disse...

IxEste um Senhor Morte? Moreno, alto, bronzeado, lindo de *morrer*????? d: