Orgulho machista.
Fazia um calor de rachar. Eu parecia estar no deserto do Saara. Olhava o relógio e o tempo parecia estar parado. Quanto mais eu bebia água, mais sede eu tinha. Desejava terminar logo o que tinha de fazer. Então sem demora peguei a serra. Uma serra de mão, pequena, deve ter apenas uns sete centímetros.
A carnificina me faz bem. Olho aquele corpo nu estendido na mesa, e solto um sorriso. “Te amei mais que a mim mesmo”. Seus olhos azuis me lembram lagoas. E com aquele calor, tudo que desejava era um bom mergulho numa lagoa. E mergulho. Numa lagoa vermelha. Vou cortando cada pedacinho dela. E em cada pedaço que corto satisfaço meu orgulho machista. “Não devia ter me deixado”. Ela permanece muda, exatamente o que se espera de uma morta, e eu cada vez mais ensopado com seu sangue, cada vez mais satisfeito. Eu parecia gozar.
Fico muito excitado. Masturbo-me vendo seu corpo ensangüentado e dilacerado pela minha ira. E ainda tanto pra fazer. Tanto pra cortar. Volto ao meu trabalho de algoz. Começo a cantarolar uma canção. Lárálá. Olho pra mim e vejo que estou todo vermelho de sangue. Que felicidade. Começo a pensar que devia ter feito isso antes. Tomo um pouco de água. O calor era de rachar. A água acaba e passo a tomar sangue pra aliviar o calor.
A satisfação que sinto agora só não é maior que há de pouco tempo atrás. Começo a gargalhar lembrando da cena. Eu dilacerando seu amado em quanto ela chorava sem poder fazer nada. As lágrimas de pavor dele me fizeram ir mais devagar. Ver seu medo me fez mais feliz ainda. Pena que ela morreu de infarto. E minha diversão com ela é morta.
Ouso botar um pedaço seu na boca e mastigar. Sabor único. Amor e ódio. Volto a excitar-me. Dessa vez debruço-me sobre seu corpo morto e dilacerado e faço sexo com ela. Atrevo-me a dizer que foi o melhor sexo que tivemos. Volto à carnificina me sentindo bem mais leve. Meu orgulho machista está quase recuperado. “Agora espero que não me abandone mais”.
Quase acabando o trabalho. Os porcos vão adorar a refeição. Nove porcos adultos comem duas pessoas adultas em menos de um dia. E tão cortadinhos os porcos não vão ter trabalho. Tudo que terei de fazer é jogar os restos aos porcos. Morta, eu sei ela não me abandona mais.
Thyago C Correia
domingo, julho 16, 2006
Orgulho machista.
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Thyago C. Correia
às
18:53
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Um comentário:
nossa..
o que falar disso, neh?!!?
Bjos lindo.
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