domingo, outubro 19, 2008

A QUADRILHA OU UM POLIGONO DE AMOR. Prt 2

CONTINUAÇÃO...


Não demorou muito e Marina saiu da sala, seu olhar estava perdido e a glória de pouco tinha se esvaído em um sentimento de repulsa contra si mesma. Ela não podia entender o porque. Pensou em ligar para seu amante e talvez chorar no seu ombro, mas logo descartou essa idéia, ele era pra ela nada mais que sexo, não poderia pedir colo a ele.

Bernadete não trocou palavra com Marina e logo após ela sair da reitoria adiantou-se ao reitor e entrou em sua sala, com olhos arregalados e sem pronunciar uma palavra ficou de frente ao reitor que a olhou de cima a baixo como se medindo a mulher que parou a sua frente sem ser convidada, não chamará para entrar e não desejava ser interrompido, sua cara de desaprovação logo se estampou em seu rosto e Bernadete deveria ser repreendida.

Pela primeira vez o reitor Alberto percebeu como sua secretária era bonita, o volume que se fazia na sua blusa fez nascer no reitor um desejo de tocá-los, apertá-los em suas mãos. O reitor corou de vergonha e tratou de livrar-se rapidamente desses pensamentos insólitos, franziu a testa e parou um momento ainda observando a mulher que estava diante dele, respirou fundo então falou:

- Quem mandou você entrar Bernadete? Não a chamei e não queria ser interrompido, saia imediatamente daqui e só volte se eu chamá-la.

Bernadete saiu da sala cabisbaixa e sem pronunciar palavra, antes de cruzar a porta olhou mais uma vez para o reitor que a olhava friamente por seus óculos, ela pensou em sorrir para ele, mas os anos que trabalhará para ele a ensinou alguma coisa e agora não era hora de sorrir, Bernadete voltou-se para frente e saiu sem mais titubear.

O reitor Alberto não pode deixar de olhar para a bunda da Bernadete, então mais uma vez desejou tê-la, ele corou novamente, pensou nos seus seios e na sua bunda, desejou apertá-la em sua mão, corou ainda mais, fechou os olhos e abriu para repreender-se nervosamente. “Deixe disso Alberto, ela é sua secretária”. Tratou de esquecer-se do corpo da Bernadete e voltou a seus deveres de reitor.


NA SEMANA ANTERIOR


O Reitor Alberto recebeu das mãos de sua bela secretária bons currículos que os examinou atentamente, descartou a grande maioria restando apenas três, que ele considerou muito bons, resolveu que iria entrevistar os donos dos currículos, não queria chamar muita atenção, para não revelar seus planos antes da hora que ele tinha estipulado, chamou sua secretária pelo interfone e a fez entrar na sala.

- Bernadete, quero que marque pessoalmente as entrevistas, eu mesmo as farei, não quero alarde sobre isso, faça que venham em dias diferentes e em horários distintos.

- Posso marcar o primeiro para amanhã? Perguntou prontamente Bernadete.

- Sim, pode marcar o primeiro para amanhã. Respondeu o reitor Alberto.

- O senhor tem preferência de ordem? Perguntou Bernadete.

- Deixe esse rapaz no fim, quanto as duas, você pode marcar de acordo com sua razão. Respondeu novamente o reitor, fazendo um sinal com a mão para que Bernadete se retirasse.

Bernadete saiu da sala com um leve sorriso de satisfação no rosto, ligou pessoalmente para os candidatos marcando cada um para um dia diferente. Na tarde do dia seguinte e dos dias que se sucederiam o reitor iria encontrar com os três candidatos e um deles seria o novo professor do curso de Jornalismo da San Vito.

A primeira candidata chegou qinze minutos antes da hora marcada, seu nome era Magnólia, tinha agora trinta anos, tinha se formado com louvor na Universidade Católica, Magnólia quase foi freira, desistiu no último instante tendo preferido as aventuras com um quase padre, formou-se então em jornalismo, escreveu muitos anos para um jornal de prestigio na sua cidade, depois que o quase padre a deixou por outra mulher, resolveu partir da sua cidade, foi free lancer algum tempo, concluiu o mestrado e logo depois o doutorado com muito esforço, agora estava sentada na reitoria esperando para ser entrevistada pelo reitor Alberto.

O reitor Alberto estava um pouco apreensivo, por ter de fazer as coisas assim, mas sabia que não podia ser diferente, analisou mais uma vez o currículo da Magnólia e então pelo interfone pediu a Bernadete para fazer Magnólia entrar na sua sala. Ela entrou pela sala com um sorriso no rosto. O reitor e Magnólia se cumprimentaram. Ela sentou e então o reitor sem perder mais tempo que o necessário fez a primeira pergunta.

- Já conheço seu currículo, por isso quero que me diga algo que você acredita ser importante e não tem escrito no seu currículo.

Magnólia ficou surpresa com o pedido do reitor, mas sem pestanejar, falou.

- Reitor Alberto, desde que resolvi que não seria mais uma na multidão e fui atrás de meu sonho, me vi uma guerreira, terminei meu doutorado com muita dificuldade, e nunca desisti de nada, acredito que a coisa mais importante sobre mim é isso, não desisto, luto por tudo que desejo, vou até o fim.

O reitor esboçou um sorriso que fez de Magnólia mais confiante, a entrevista se deu sem mais nada que realmente chamasse atenção ou notório, o reitor fez um ou outro apontamento para usar mais tarde, ao final ele deu um aperto firme na mão de Magnólia e afirmou que sua secretária ligaria daqui a uns dias para falar o resultado.

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