Ele era desses caras que passa despercebido em qualquer lugar, desses caras que a gente nem vê, ele é o ninguém da repartição, o ninguém da rua, fora de forma, meio calvo e com os ombros caídos, Valdenei era assim, mas era casado com uma senhora de dar inveja a todo mundo, uma senhora linda e diga-se quase quinze anos mais nova que Valdenei.
Gislene, a mulher de Valdenei era a mais bela mulher da rua e comentava-se uma ninfomaníaca que enfeitava a cabeça de Valdenei com todos os pares de chifres possíveis, diziam que havia mais chifres em sua cabeça do que cabelos.
E é aí que entra Osvaldinho, jovem e bonitão, adorador de mulheres casadas, deflorador de virgens e bem, ele não “perdoa” mulher alguma e já andava se enrabichando com Gislene, ela que também não deixava homem algum “passar”, também dava sorrisos lascivos para Osvaldinho.
Mas até um pegador como Osvaldinho sabe que com certas mulheres não se pode fazer nada e qualquer mulher com que Lucimar estivesse era uma dessas mulheres que não se pode nem desejar e para desespero de Osvaldinho, Gislene e Lucimar estavam de caso.
- É batata! Morte certa, mulher de Lucimar não se pega, não se deseja.
Osvaldinho dizia aos ouvintes mais eufóricos e torcedores de seus casos com mulheres casadas e foi um dia que Roberval resolveu tomar partido e ajudar Osvaldinho.
-Alô! É o Valdenei, olha aqui é um amigo teu, tua mulher tá te traindo, ela ta agora com o Lucimar num lugar assim coisa e tal.
Roberval era provavelmente o único que olhava Valdenei como um homem de coragem, ele pensava que um cara como Valdenei matava por bobagem, matava o amante de sua mulher se encontrasse, mas nunca mataria a própria mulher, seu orgulho de corno era fatal, iria lá e dava um tiro nas fuças de Lucimar e deixa o caminho livre para Osvaldinho seu amigo.
Ao saber onde sua mulher estava com seu amante, Valdenei não pensou duas vezes, colocou o paletó, apanhou seu revolver botou no bolso interno do paletó e partiu sem falar nada, ao chegar no local abriu a porta e pegou no flagra sua mulher com Lucimar.
- Para fora daqui agora, antes que eu te der uns bons tiros nessa fuça!
Disse Valdenei para Lucimar e deu dois tiros em Gislene lavando sua vergonha, depois ao perceber o que havia feito deu um tiro em sua própria cabeça, acabando com a tristeza de ter matado sua mulher.
No velório, caixão um ao lado do outro era uma imensa romaria, um chororô imenso, as mulheres enlutadas do lado do caixão, os amigos da repartição ao lado do caixão do Valdenei lamentavam o triste fim do companheiro.
É quando entra completamente desorientado de tristeza Osvaldinho, ao lado de Roberval perplexo pelo desfecho, segurando o amigo que chora copiosamente, ao ver o caixão Osvaldinho se solta de Roberval e corre até o caixão de Gislene e em meio as lágrimas grita.
- Eu não comi!
9 de novembro de 2009
Um comentário:
hahahahahhahahaha
olha só o q tem povoado a mente do garoto! são nossas palavras, posso me incluir enquanto joão ou renato, heheheheheh
qto a estética: curto, ríspido, ágil como um verdadeiro pegador.
Postar um comentário