REQUER A LEITURA DA PRIMEIRA PARTE
Nosso romance durou pouco mais de cinco meses. Ela não resistiu a minhas bebedeiras infindáveis. A cada dia que passava eu me tornava ainda mais alcoólatra. E acender cigarros era um habito cada vez mais constante. Eu creio que amava a Melissa. “Agora é tarde” penso, acendendo mais um cigarro e enchendo novamente meu copo. Não durou muito e eu estava enamorado. Foge-me agora o nome dela. Era algo como Larissa ou Clarissa. Era esse sim, Clarissa.
A Clarissa provavelmente estava comigo pelo meu dinheiro. Eu não me importava com isso. Ela fazia sexo muito bem. Tudo que um poeta alcoólatra deseja na vida. Ficamos juntos apenas um mês. O que me rendeu um aviso de despejo. Muito barulho de madrugada. Eu pedia pra ela não gritar. Ela enlouquece no sexo. Mudei-me pra um lugar mais perto do bar.
O sucesso foi à alavanca para o alcoolismo. Antes eu era um cara meio sem dinheiro e tinha de racionar todos os meus gastos. Hoje com alguns prêmios ganhos e vários livros publicados dinheiro não é mais problema. Tento não beber nos dias que vou fazer palestras pra adolescentes. O que quase sempre não acontece. Penso melhor com um cigarro na mão e um copo na outra. Li um dia desses em um jornal que eu era um poeta ébrio constante. Rendeu-me gargalhadas. Ele realmente descobriu meu estado permanente de alcoolismo.
Meus falecidos pais vivam dizendo pra ir devagar com a bebida. Realmente eu fui até o dia em que eles morreram. Já não tinha motivos pra ir devagar. Entreguei-me subitamente ao álcool e aos cigarros no dia que faleceram. Devia ter dito mais que os amava. “Agora é tarde” penso, essa frase vem com muita freqüência a minha mente. Ainda não aprendi a conviver com ela.
O tempo costuma aliviar certas coisas na minha vida, mas ultimamente o tempo não tem ajudado muito. Não que faça diferença isso também. Meus livros continuam vendendo bem, os prêmios continuam vindo, continua entrando dinheiro na minha conta e eu continuo me embriagando diariamente. Hoje por exemplo já estou bêbado pela segunda vez e são apenas 6 da tarde. Não lembro de ter comido nada hoje.
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Autobiografia de Magnus Corrêa e Casto - Parte II
Postado por
Thyago C. Correia
às
20:43
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4 comentários:
estarei esperando o post de amanha
Muito boa a narrativa!
Também quero mais!
Agora é tarde...
Hihihihihi!
incrivel como cigarro e alcool sempre teve relação tão intima com grandes pensadores né?
acho melhor vc rever essa historia de parar de fumar!!!
BRINCADEIRAAAAA
nunca mais fume na vida!
eu to aqui sofrendo pra deixar de acende-los!
vou falar mermo so no 4
desse eu comento : inda num ta comendo nada É?
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